terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Dona Santa (Rainha do Maracatu Elefante)

#Heroínas Anônimas

Dona Santa 



Por:Lúcia Gaspar

Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco


Maria Júlia do Nascimento, a Dona Santa, a mais conhecida rainha dosmaracatus recifenses, nasceu no dia 25 de março de 1877, no pátio de Santa Cruz, no Recife, Pernambuco.

Antes de ser rainha do Maracatu Elefante onde ficou famosa, Dona Santa ou Santinha participou de congadas (dança de origem africana), das troças carnavalescas Verdureira e Miçangueira, foi rainha do Maracatu Leão Coroado e fundou a Troça Carnavalesca Mista Rei dos Ciganos, que se transformou depois no Maracatu Porto Rico do Oriente.

Filha e neta de africanos, tinha no sangue o ritmo da zabumba e do "baque virado" do maracatu.


Quando era rainha do Leão Coroado, casou-se com João Vitorino, abdicando do trono depois que seu marido foi escolhido para reinar no Maracatu Elefante, fundado, segundo várias fontes, em 1800.

Dona Santa foi rainha do Maracatu Elefante durante dezesseis anos, período em que a agremiação teve seu maior destaque. Ao ficar viúva, assumiu sua direção, porém só foi coroada no dia 27 de fevereiro de 1947.

O Elefante se apresentava na segunda-feira de carnaval. Dona Santa desfilava com um vestido à moda européia do século XIX, feito de seda, veludo, cetim, bordado com lantejoulas, miçangas e fios dourados. Levava um espadim de metal com o qual abençoava seus “súditos”, além de cetro, coroa, capa de gola alta, sapatos de salto fino, brincos, anéis, pulseiras e broches. Suas cores preferidas eram o amarelo, azul, branco e verde.

Figura tradicional e muito respeitada, Dona Santa reinou durante muitos carnavais recifenses e foi tema de estudos de vários pesquisadores, como por exemplo a norte-americana Katarina Real.

Dona Santa faleceu no Recife, em 1962, aos 85 anos.

O Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, atual Fundação Joaquim Nabuco, comemorou o centenário de nascimento de Dona Santa, em 1977, com uma mostra do seu rico acervo, doado à Instituição e que hoje se encontra no Museu do Homem do Nordeste.


FONTES CONSULTADAS:

BRITO, Ronaldo Correia de. A rainha sem coroa. Continente Multicultural, Recife, ano 3, n. 26, p. 76-77, fev. 2003.

DONA Santa, Rainha do Maracatu Elefante. In: O MUSEU do Homem do Nordeste. São Paulo: Banco Safra, 2000. p. Foto (neste texto) de Lula Cardoso Ayres, entre os anos de 1935 e 1940. Recife, Pernambuco (23x16cm).


OLIVEIRA, Gilka Corrêa de; SILVA, Maria Regina Martins Batista e. Exposição centenário de Dona Santa. Recife: IJNPS, 1977.


SILVA, Maria Regina M. Batista e. Dona Santa: rainha do Elefante. Recife: Fundaj, Inpso, Centro de Estudos Folclóricos, 1976. (Folclore, 2).

COMO CITAR ESTE TEXTO:

Fonte: GASPAR, Lúcia. Dona Santa (Rainha do Maracatu Elefante). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em:dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

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