quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Consciência negra ou Consciência humana?

Imagem Folha Uol
     
       Por: Rosangela Nascimento
Saudações Quilombolas!

Por que dia da consciência negra e não dia da consciência humana?
A resposta é simples e direta. Durante anos, séculos as pessoas não negras foram as únicas a serem consideradas humanas. Um pouco de calma e explicarei melhor o período da escravidão e o tráfico negreiro também conhecido como tráfico de almas. Assim tratando os negros como seres não humanizados, sem sentimentos e chegando ao estopim de seres considerados “bichos”.
A consciência humana pode ser aplicada a outro contexto, mas não ao dia da consciência negra, pois o racismo nega a nossa humanidade.
O dia da consciência negra é para refletir sobre os males causados pelo racismo, que ele mata, causa problemas e danos psicológicos colocando milhares de pessoas em situações de desigualdades, inferioridade e desumanas.
Partindo deste pressuposto, é consciência negra, porque só os negros e negras sabem como é sofrer deste mal que machuca e fere profundamente. [1] É a percepção imediata da própria experiência.
É consciência humana quando as pessoas não negras são solidárias participando de atos políticos que são contra o racismo, denunciando quando alguém sofre pelo racismo institucional no trabalho, escola, na universidade ou TV.
O Dia da Consciência Negra teve seu início em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, por meio de uma organização negra gerida pelo poeta Oliveira Silveira, na época em que 13 de maio nos conduzia para uma aceitação de conformidade que glorificava e enaltecia a Princesa Isabel. Assim, as lutas de resistência e bravuras dos escravizados eram minimizadas e esquecidas. Porém 20 de novembro de 1695 foi o dia em que Zumbi foi declarado morto. 20 de novembro é dia da imortalidade de Zumbi dos Palmares, trazendo para o cenário nossos heróis e heroínas.
Contudo, refletir é sempre oportuno e é com esse sentimento de releitura e trabalho de recuperação que vamos adiante denunciando e repelindo o racismo de nossas vidas. Pois ainda há tempo, irmãos; ainda há tempo, irmãs.
[1] Consciência, segundo Pasquale em Dicionário da Língua Portuguesa.

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