quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A Festa da Carne






Por: Rosangela Nascimento

Confetes, serpentinas, plumas, brilho e paetês. Tudo lindo com muito brilho e claro glamour. Mas, carnaval não é apenas alegria e felicidade.    

A polícia protesta por melhoria de condições de trabalho, e a segurança de quem quer brincar e festejar fica comprometida. Podemos vestir a fantasia das ilusões e ir às ruas, vestidos/as de benção contra balas e outras mazelas.

O Carnaval, essa festa pagã que mobiliza milhões de pessoas e movimenta a economia do estado pernambucano, é uma das rotas principais dos turistas nesta época do ano.

Então, se for levado ao pé da letra “Adeus à Carne”, e a vida também? Rezamos e pedimos que não, pois os índices da violência no estado nos últimos tempos só têm aumentado. Dizer que não há problemas, é camuflar a realidade, é um baile de máscaras para a população, que quer lazer, segurança e seus direitos humanos respeitados.

Exu, orixá do princípio e da transformação que favoreça a comunicação, permita que a harmonia e a paz venham para as mentes e corações. Para que um carnaval de cidadãos e cidadãs possa de fato acontecer.

Durante o ano todos os grupos afros, indígenas e agremiações carnavalescas preparam-se para ser Odara (beleza), com intuito de levar reflexões, por meio do canto, de suas fantasias e alegorias.

Tudo fica mais belo quando há paz, com ela, a felicidade fluía ;os confetes, serpentinas e todos os brilhos se espalham. Emanam naturalmente.

Então, que todos e todas brinquem com muita alegria e felicidade respeitando sempre uns aos outros. Praticando a empatia, o exercício de se colocar no lugar do outro/a. Que as mulheres sejam respeitadas, e não tenham seus corpos violados e invadidos. Pelo simples fato que é carnaval e pode-se tudo. Deixando aflorar a violência doméstica e sexista.

Acredito que tudo é mais Odara, e elevado de todas as grandezas quando não há violência. Um bom Carnaval e que reine o bom senso!

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