Tem a ver com Tibau do Sul?
Por: Rosangela Nascimento[1]
Primeiramente
vamos saber do que se trata o dia 21 de março para o mundo, país e município de
Tibau do Sul. A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
21 de março de
1960, século vinte Tibau do Sul era Distrito de Goianinha, tendo sua
emancipação em 3 de abril de 1963. Para ampliar a leitura você caro
leitor, leitora poderá pesquisar sobre a década de 60. E perceberá melhor o
contexto ao qual ocorre o fato.
No entanto,
nesta data na África do Sul 20 mil negros protestavam contra uma lei que
limitava os lugares onde eles podiam circular. A manifestação era pacífica, mas
tropas do Exército atiraram contra a multidão. 69 pessoas morreram e outras 186
ficaram feridas, no episódio que ficou marcado como o massacre de Shaperville.
Em memória a
tragédia, a ONU instituiu o dia 21 de
março como Dia Internacional pela Discriminação Racial.
Ora, vamos à
reflexão!
Sendo Tibau do
Sul. Terra de origem indígena, abriga o Quilombo de Sibaúma e afrodescendentes
residindo em todos os Distritos. Porque as escolas não trabalham durante o ano
todo as leis: 11.645/08 e 10.639/03 que sugerem novas diretrizes curriculares
para o estudo da História e Cultura Afrobrasileira e indígena?
Porque Sibaúma
não tem uma Escola Quilombola e Creche?
Preciso dizer
que as resoluções que regem a Educação Escolar Quilombola são: respeito e
reconhecimento da história e da cultura como elementos edificantes do processo
civilizatório nacional. Reconhecendo que a proteção das manifestações,
valorização da diversidade étnico racial é promover o bem viver. Sendo
assim, pergunto mais uma vez.
Porque estão sendo descartados
materiais/ resíduos do Posto de Saúde a céu aberto dentro do Quilombo? Segue
link (https://www.instagram.com/p/C4sUtrhrV7p/?igsh=bTBtNWtpcnNqZ2x5)
Tibau do Sul,
tem um ritmo e um feito só do seu povo que é o Coco Zambê maior patrimônio
imaterial dessa cidade. Foi difundido por meio do Mestre Geraldo que partiu e
não tem nenhum monumento ou equipamento em seu nome. Tem sim, o legado mantido
por seus filhos e familiares. Grupos organizados na Pipa e em Sibaúma.
Não reconhecer a
Cultura e suas manifestações culturais como parte de um processo educativo
vivencial é uma violação dos Direitos Humanos. É contra a constituição e a
Democracia do nosso país.
Que a data sirva
para além de reflexiva, mas um instrumento educacional pela preservação do meio
ambiente e do povo que o habita. Para que possamos encontrar o equilíbrio entre
a Natureza e a Humanidade.
[1]
Graduada em Letras – FACHO, Comunicação Popular – UFAPE e Especialista em
Literatura Afro Latino Americana e Caribenha – UFRGS.